quarta-feira, 23 de setembro de 2009

Entrevista com o Editor-Chefe da Editares, Maximiliano Haymann.

O que você tem a dizer sobre a Editares a partir do trabalho da nova administração ?

O que houve de novo em termos de renovações?


A primeira coisa em que colocamos energia foi a área administrativa, com foco no setor de distribuição. No começo, a Editares não tinha funcionários e a distribuição era feita pelos próprios voluntários. Isso acarretava dificuldades para atender os clientes dentro dos prazos estabelecidos. Então vimos que era importante ter alguém fixo na área de distribuição, e contratamos um funcionário. O lema foi: atender a demanda assistencial. Abrimos também algumas frentes de consignação com livrarias de Foz do Iguaçu que não são da CCCI, porém mantendo o foco de organizar o atendimento às livrarias da Conscienciologia.

Outra condição essencial para a Editares era a de centralizar o controle de todos os livros em português da Conscienciologia. Apesar de ser a Editora da Conscienciologia, a Editares só possuía parte do estoque. O IIPC detinha mais da metade do estoque dos livros da Conscienciologia. Esse fato gerava burocracia nas transações com a Editares, pela necessidade de se fazer notas fiscais para qualquer movimentação entre as duas ICs. Isso muitas vezes, fazia com que o livro demorasse a chegar aos Centros Educacionais, fora o fato de que o IIPC não fazia consignações com a Editares – eles antes compravam estoques grandes e distribuíam pelas suas unidades pelo Brasil e mesmo para parte da América Latina. Esse fato também gerava, algumas vezes, falta de determinados títulos nos Centro Educacionais, pois se o IIPC não tivesse dinheiro para comprar, tinha que esperar até ter.

Depois disso organizado, a Editares comprou todo o estoque de livros do IIPC, com pagamento facilitado que acontece à medida que a Editares realiza as vendas.
Essa compra foi uma condição fundamental para que a Editares tivesse autonomia política e agilidade no trabalho, na implantação de promoções, de um gerenciamento integrado, dentre outras. Em termos financeiros, trocou-se 6 por meia dúzia, pois se por um lado a Editares tinha que pagar pelos livros para revendê-los, por outro, o IIPC pagava a Editares pelo gerenciamento do seu estoque. O fato importante nessa nova condição de ter o poder sobre todos os livros foi a autonomia da Editares para poder tomar decisões sobre a melhor forma de lidar com os estoques, pois todos os livros da Conscienciologia agora estavam sob a tutela de apenas uma IC, o que é mais coerente com o fato de ter-se criado uma Instituição Conscienciocêntrica especificamente com esta finalidade. Agora a Editares exerce seu trabalho com suas plenas funções.

Nesta nova condição, a Editares hoje faz contato direto com todos os centros educacionais para fazer a consignação dos livros, que é uma condição simples, onde a IC só paga posteriormente o que ela vender. Isso também eliminou a necessidade do IIPC de manter um funcionário para fazer este trabalho e também não precisa mais dispor de grandes somas para comprar estoques, pois agora tudo é feito através de consignações diretamente com a Editares. Economia de custos com funcionário e espaço físico para o IIPC e autonomia de gestão dos livros da Conscienciologia para a Editares.


Outra condição importante que contribuiu para o trabalho administrativo foi a implantação de um novo sistema, também usado pelas maiores editoras do país, que nos permite ter um controle total da movimentação dos livros: sabemos tudo o que temos em estoque, o que está consignado em cada livraria, o que foi vendido e a emissão de notas fiscais eletrônicas (antes tudo era feito à mão). O trabalho administrativo diminuiu sensivelmente – e também a margem de erros, em função dessas automatizações.

Existia uma livraria virtual antes na Editares que era semi-automatizada. A nossa idéia foi automatizar o máximo possível essa livraria, e surgiu a idéia de se vender não apenas livros, mas se criar um portal de vendas da Conscienciologia. Aí convidamos o CEAEC e a Comunicons para vender também cursos e DVDs. E hoje em dia, as vendas estão acontecendo, a estrutura, apesar de simples, está funcionando bem, já foram feitos mais de 4.000 acessos a esse site, que foi lançado em maio de 2008. Pessoas de 133 cidades diferentes acessaram o shopcons. Isso mostra que é um trabalho de divulgação da Conscienciologia, que acessa pessoas que não chegariam numa livraria de uma Instituição Conscienciocêntrica ou numa livraria que tenha livros consignados da Conscienciologia. Pessoas de outros países também já fizeram compras no shopcons (Austrália, Estados Unidos, Portugal). E nós temos o controle de todo o site – sabemos quem acessa, quem compra, quem não compra, o no de acessos por dia. Tirar – dá a impressão de “grampo”, controle que pode intimida as pessoas. A venda pode ser realizada com parcelamentos que as livrarias físicas não oferecem, fora as promoções especiais.

Outra situação que a nova administração implementou foi o catálogo de livros no formato caderno, tamanho A4, com papel reciclado, contendo todos os livros da Conscienciologia e também as revistas científicas. Esse catálogo gerou uma repercussão bastante positiva, pois deu um cunho profissional nos contatos diretos com distribuidoras. Na bienal do livro do Rio (em 2007) que a Editares participou – herança muito boa da gestão anterior – vimos que isso contou muitos pontos nos momentos das negociações, de retomadas de parcerias com distribuidoras, dando maior profissionalismo na apresentação da Editares como empresa na Socin .

Proporcionou uma visão grande do mercado atual, das tendências, e como já foi dito, dos contatos realizados. A parceria com o Centro Educacional Rio do IIPC também foi super-positiva, pois reecontramos antigos colegas, conhecemos novas pessoa, e a interassistência foi muito sinérgica.

Com relação ao Editorial da Editares, hoje temos o Colegiado Editorial. Não é o Conselho Editorial, que é supra-institucional e cujas funções vão ser detalhadas à frente. Esta nova área criada recentemente é composta pelos voluntários integrais da Editares. Nesse colegiado temos um voluntário com mestrado em lingüística, uma biblioteconomista, uma voluntária com formação em design gráfico, especialista em projetos gráficos, tem outra voluntária que trabalhou muitos anos na área de gestações conscienciais do IIPC e tem experiência em publicações, e tem eu, Maximiliano, que atuo na condição de Editor-chefe da Editares.

O colegiado editorial tem por objetivo ser um órgão executivo: realiza revisões, está elaborando o Manual de Estilo da Editares, irá promover treinamentos técnicos nas áreas de atuação da Editora para formar, especializar, aprimorar os conhecimentos das pessoas que prestam serviços para Editares - sendo o primeiro sobre revisão, realiza os projetos editoriais de cada livro que chega, desde o momento da concepção até o lançamento e distribuição.

É a parte de fazer acontecer! E nós estamos trabalhando para cada vez termos mais especialistas dentro de cada área da Editares. Nos casos de lançamentos fora de Foz de Iguaçu, a idéia é fazer parcerias com as outras ICs, e ver o interesse delas também. Isso inclui o internacional, com a IAC também, no caso de Portugal.

Estamos com uma equipe de editores de primeira linha, incluindo profissionais com formação na área que uma editora precisa, com especialização e mestrado, e são ativos em suas respectivas áreas na Socin.

A sala da Editares não tinha uma infra-estrutura adequada ao trabalho. Então, foi realizada a reforma da sala. Agora vemos que o editorial precisa ter um ambiente mais adequado. Precisa ser mais reservado por causa da natureza do trabalho, necessita de certo isolamento acústico. Vai ser feita então uma nova obra na Editares.

Outra situação importante é que já trouxemos o estoque de livros da Editares para dentro do Discernimentum. Esse estoque ficava em galpões fora do campus, porque não havia um local adequado, e agora vai ser reformada uma casa dentro do Discernimentum, que vai ser o galpão do estoque de livros. Isso vai agilizar bastante o trabalho.

Com relação ao shopcons, a idéia é fomentar cada vez mais a venda de livros pela internet, com promoções, lançamentos. A idéia é ampliar e inserir livros de outras editoras a médio prazo, livros estes que tenham afinidade com as idéias da Conscienciologia.

Desenvolvemos o DVD dos 1000 verbetes da Enciclopédia da Conscienciologia, em parceria com a Comunicons. Vimos que atualmente, cada vez mais, o livro e a mídia digital estão cada vez mais integrados. Ainda não sabemos onde isso vai dar, mas já existe o e-book, livros que possuam mídia digital com entrevista com o autor, dados do autor, por exemplo. Para realização desse projeto serão necessárias parcerias.

Vemos que a fundação da Uniescon vai reforçar demais o holopensene da escrita, do livro, do autorado na CCCI. Isso vai ser um marco no incentivo e qualificação da escrita. E vemos a tendência de muitos trabalhos da Uniescon e da Editares sendo feitos em parceria, cada um respeitando seus limites e suas áreas de atuação. A Uniescon vai ajudar muito o trabalho da Editares porque está assistindo aos neoautores a qualificar suas obras, e a chegar na Editares com um livro maduro, finalizado. Esse é o ideal para a Editares receber as obras prontas, para que possam ser publicadas mais rápido.

Vamos ter dois lançamentos brevemente, dos livros “Sempre é Tempo” de Dalva Morem, e “A Pedra do Caminho”, de Maria Tereza Lacerda.

Temos uma série de reedições: Projeções da Consciência e o Projeciologia, que já estão na gráfica. E estamos trabalhando em diversos outros livros que já estão esgotados, e a partir do início do ano já vamos priorizar estes projetos, exemplos: Autocura através da Reconciliação, Retrocognições, 200 Teáticas, 100 testes da Conscienciometria. E não estamos com impossibilidades financeiras para viabilizar estes projetos. A 10ª edição do Projeciologia, por exemplo, foi viabilizado integralmente por doações. Muitos lançamentos são os próprios autores que bancam.

O foco da Editares hoje é de Editora e Distribuidora. Não temos como meta ter livrarias pelo Brasil. E as únicas livrarias que temos é a virtual – o shopcons – e a própria sede da Editares. A Editares fomenta que as Instituições Conscienciocêntricas tenham suas próprias livrarias. E nós somos fornecedores dessas livrarias. E essas livrarias podem ter títulos tanto da Editares quanto de outras editoras, que é o ideal, isso dá mais cosmovisão. Mas essa decisão administrativa é de cada instituição, dentro das suas possibilidades, tanto físicas quanto de voluntários.

A Editares está também desenvolvendo um site institucional, como a maioria das grandes editoras, mas quer transformá-lo também numa ferramenta de trabalho. Por exemplo, numa área restrita, pode armazenar todo o material de divulgação para o lançamento de um livro que pode ocorrer numa outra cidade: banners, press releases, convites, etc. Basta o voluntário ou coordenador da IC fazer o download. Outro exemplo, qualquer pré-autor poderia fazer o download do Manual de Estilo da Editares. Nossa idéia é que até março ele já esteja no ar.
É importante ressaltar que hoje, a Editares não tem nenhum livro parado por falta de dinheiro. Não estamos com problema de caixa. Não houve nenhum lançamento ainda porque as novas obras que chegam à Editares não estão prontas do ponto de vista da finalização pelos autores.

Publicar um livro é um trabalho de médio e longo prazo para o autor. É preciso muita pesquisa, apresentações em palestras, congressos, publicações nos periódicos científicos. Isso qualifica o trabalho do pré-autor por causa das heterocríticas e é preciso tempo também, pois ele vai cada vez mais se aprofundando no tema, tendo vivências parapsíquicas, até que o texto chega num ponto de maturação.

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